Caminhada do Planeta – Hora do Planeta 2019

Por Sílvia Rocha

Sábado, dia 30 de março, participei de uma caminhada no centro da Granja Viana, organizada pelo movimento TGV – Transition Granja Viana¹ – para divulgar a “Hora do Planeta”: evento do WWF² que acontece todo último sábado de março: todos os habitantes do Planeta Terra são convidados a apagar as luzes das 20h30 às 21h30. E também a nos desconectarmos de toda a tecnologia e eletricidade possível (para os dias de hoje). Juntamente com monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Torre Eiffel, em Paris, o Coliseu, em Roma, participamos dessa manifestação-apelo em prol do Planeta.

Caminhando
O trajeto foi relativamente curto.
Saímos da Academia Energy, no centrinho da Granja Viana, fomos até a Praça Santa Adélia, cuja revitalização teve o Jornal d’aqui como articulador, em 2010, depois subimos a Avenida José Félix de Oliveira e, no semáforo, viramos à esquerda e fomos até o CES – Centro de Educação para a Sustentabilidade, na Avenida São Camilo.
Éramos vinte pessoas que se dispuseram a fazer esta caminhada catando o lixo que estivesse no caminho.

E catando
E como havia lixo no meio do nosso caminho!
Ao todo, recolhemos cerca de 120 quilos de lixo.
Bitucas de cigarro, sacos de salgadinho, latas de cerveja, garrafas pet, sacos plásticos, papelão, era lixo que não acabava mais.
Um pai que passeava com seus dois filhos aderiu à caminhada e os pequenos eram os mais empolgados e surpresos com o que iam encontrando pelo caminho.
Um dos lugares com mais lixo no chão foi o ponto de ônibus da São Camilo, em frente ao condomínio Chácaras do Lago e notamos que não havia lixeira por ali. Não havia nenhuma lixeira pública em todo o trajeto que percorremos.

A poesia como companhia
Durante o percurso, ao agachar para pegar um saco jogado na José Félix, me ocorreu o slogan poético:

está com lixo na mão?
não joga na rua!
não joga no chão!

E como o tema da poesia me é recorrente, em qualquer tempo ou situação, lembrei-me de um poema que muito me impactou na adolescência: o poema LIXO, de Augusto de Campos, o primeiro poema concreto que conheci na vida (o poema acima).

E aqui, uma possível interpretação do poema, escrito em 1965. Cinquenta e quatro anos depois, o lixo e o luxo no nosso dia a dia ainda se encontram e nos espantam.
No poema é escrito a palavra “lixo” usando a palavra “luxo”, fazendo uma relação com as palavras que são parecidas, mas de sentidos opostos. Olhando de longe vê-se a palavra “lixo”, olhando de perto vê-se que ela é construída com a palavra “luxo”, dando um sentido de profundidade, o lixo que há dentro do luxo, o luxo que há dentro do lixo. Servindo também como uma crítica social, a nossa busca na sociedade moderna por status, por luxo, quando na verdade o luxo é um lixo³.


¹ O Transition Granja Viana (TGV) faz parte do movimento internacional Transition Towns, Cidades em Transição, que visa tornar as cidades e seus habitantes mais sustentáveis, unidos, conscientes e resilientes diante de questões iminentes que estamos enfrentando em relação ao aquecimento global, ao uso desenfreado do plástico e seu descarte, ao uso exacerbado de agrotóxico nas plantações, entre outros. Para saber mais e participar do movimento: https://facebook.com/transitiongv e http://transitiontownsgranjaviana.blogspot.com

² WWF: World Wide Fund for Nature (Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza – ONG internacional)

³ In https://abcdaescritacriativa.wordpress.com   

Um comentário em “Caminhada do Planeta – Hora do Planeta 2019

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.