por Heloisa Reis
A máxima de que tanto gostamos “Meu direito vai até onde começa o do outro“ carrega forte componente de individualismo, e vem assombrando nossa humanidade desde remotos tempos da Era Moderna. Nosso sistema capitalista, hoje com as polaridades tão marcadas, nos trouxe transformações que talvez tenham afastado alguns grupos da essência do “ethos” e da visão de respeito para com as diversidades culturais.
O fantasma da homogeneização nos assombra… A globalização nos ameaça com a descaracterização dos lugares simples e genuínos e as novas gerações estão por demais ligadas nas novas tecnologias.
Nada contra a instrumentação e a democratização da comunicação – aliás, celebremos esses veículos que tanto usamos atualmente – mas lutemos por retomadas das significações dos aspectos éticos e morais que possam superar o descaso e a pouca ênfase filosófica da qualidade educacional dos últimos 20 anos, talvez mais…
Esta reflexão sobre os rumos das políticas hegemônicas que apostam na unificação e igualdade das culturas e na extinção ou esquecimento das características locais históricas, geográficas e culturais deve ser prioridade. Quantos sítios históricos, áreas de preservação, espaços de cultura estão sendo fechados e mantidos à parte do uso coletivo, para tornarem-se certamente e, na melhor das hipóteses, um novo empreendimento imobiliário cujo objetivo primordial será o lucro para poucos? Quantos rios já foram desviados ou canalizados para secar terrenos tornando-os vendáveis? Já viram o filme “São Paulo – Entre Rios” ? Procure no You Tube… Nele encontramos a explicação do crescimento voraz de São Paulo, que se amplia nas direções metropolitanas.
Nós, como comunidade, queremos o mesmo destino para nossa Granja? Certamente não.
E, apenas com união podemos agir com resultados.
A comunidade da Granja Viana existe e não está apática frente às intensas mudanças que estamos vivendo. Para otimizar as nossas ações, junte-se a algum próximo de você, participe do Movimento Transition Towns da Granja ; tente uma nova ação participativa na Feira de Trocas da Granja; faça suas compras na EcoFeira aos domingos no Parque Teresa Maia, e às quartas no Shopping GV; abrace a idéia do projeto Identidades da Granja; integre-se no Clube de Leitura da Granja; faça Danças Circulares no Ula Biná; caminhe ou pedale no Cemucam; acompanhe e colabore com as atividades do Projeto Âncora, da Associação São Joaquim, da Oca e da Acorde; faça arte expressando-se com o Grupo ArteJunto … Não faltam oportunidades de integração e atuação comunitária nesta nossa verdadeira comunidade! E todos esses citados acima podem ser encontrados nos nossos aparelhinhos milagrosos digitais!
Juntemo-nos mais. Participemos mais. Façamos de nossas vidas instrumentos de inserção no coletivo local para lutarmos contra o monstro da homogeneização que assola a humanidade.
Com certeza poderemos fazer mais a diferença … basta querermos.
Republicou isso em Transition Granja Viana.
CurtirCurtir