Eu Sou Nós. Nós Somos Eu.

Por Sônia Silva

O título acima foi retirado do primeiro capítulo do livro “A Decisão de que o Mundo Precisa”. Segundo o autor, Celso Grecco, “é uma provocação e uma proposta: a de termos consciência de que não somos sozinhos nem estamos sós.”

O texto traça paralelos entre o funcionamento do nosso organismo e a natureza: nosso corpo, com suas bilhões de células, que trabalham incessantemente para o equilíbrio (que se traduz em saúde), se assemelha com o sistema biológico e autorregulador do planeta, principalmente quando não há interferência humana. Nestas e outras reflexões, nos revela a profunda interdependência do seres humanos com todo o ecossistema planetário e, por uma inconsciência desta co-existência, associada ao desequilíbrio da nossa própria organização como comunidade/sociedade (sustentada por uma engrenagem distorcida que estimula a individualidade, o poder e o lucro), vivemos e reproduzimos um sistema gravemente adoecido. O livro segue com uma abordagem mais detalhada de vários  problemas socioambientais e apresenta 7 maneiras de engajamento. Inspiração para tantas outras possibilidades.

Estimulada pela leitura, trago aqui uma reflexão microcósmica. Ao falarmos de mudanças climáticas, sustentabilidade, economia solidária, educação inclusiva, questões que nos rodeiam e afetam, parecem estar ainda deslocadas, fora de nós, exatamente por causa desta desconexão. Estão aparentemente distantes do nosso alcance. Ainda mais quando estão associadas à ideia de que para agir, ser um ativista, precisa-se, no mínimo, abraçar uma causa, vestir uma camisa, levantar uma bandeira, pre-conceitos que podem aflorar um sentimento de impotência diante de tantas demandas. 

O que, felizmente, observo é que milhares de pessoas estão fazendo pequenas transformações cotidianas que, com certeza, as tornam cada vez mais agentes das mudanças necessárias para um futuro promissor. São escolhas simples, em todos os âmbitos como, por exemplo, o consumo: qual alimento decido consumir (e não estou falando se orgânico ou não, mas o quão industrializado ele é), qual é o perfil da empresa que o comercializa, quais as marcas quero incentivar, quais organizações quero favorecer. O que escolho ouvir e ler, a qual mídia darei literalmente ouvidos, o que escolho reproduzir nas minhas redes sociais, que lugares opto frequentar, como reduzo e descarto o meu lixo e objetos, livros, roupas, tudo que não necessito mais. Enfim, questiono o que realmente necessito para usufruir e compartilhar qualidade de vida. A partir de simples gestos diários, saímos de um papel passivo, massificado e, aos poucos, vamos nos sensibilizando para o que nos rodeia. Se não nos mobilizamos concretamente contra o fogo e o desmatamento da Amazônia ou a liberação de agrotóxicos que comprovadamente são venenos, somos, por outro lado, impulsionados a promover ações possíveis no nosso entorno. Saímos do ativista em prol de si mesmo e caminhamos na direção do nós, seres habitantes do mesmo quintal. Juntos e bem acompanhados: “Eu sou nós. Nós somos eu.”

Finalizo com outra frase, tão “Transition”, do Celso: “Todas as vezes em que o ser humano quis preservar sua espécie, ele o fez em grupo e pelo grupo, utilizando a inteligência coletiva”.

PS: Vale a pena conhecer a experiência deste granjeiro atuante nesta área desde 2003, quando criou a primeira Bolsa de Valores Sociais (BSV) do mundo. O livro “A Decisão de que o Mundo Precisa” é da Gente Editora. 

#transitiongranjaviana

#transitiontowns

#transition

#cidadesemtransicao

#transicaobrasil

#TGV

#transitiontownsgranjaviana

#transitiontownsbrasil

#granjaviana

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.